Álcool? Sim, claro, com certeza! Em tempos de pandemia, o álcool se tornou um amigo para todas as horas, nos acompanhando para todos os lados. Mas será que ele também serve para limpeza?
Já parou para pensar nisso? Então precisa! Existem muitos mitos que envolvem a limpeza com álcool e você precisa saber todos eles antes de querer sair passando álcool na casa toda.
Álcool para limpeza: mitos e verdades
Eficiência
O maior motivo por trás do uso do álcool para limpeza é a crença de que o produto desinfeta e esteriliza qualquer tipo de superfície, mantendo-as livres de germes, bactérias e até mesmo de vírus. Em parte isso é verdade. Mas existem alguns poréns. O primeiro deles é o tipo de álcool utilizado.
Para conseguir o efeito desinfetante é necessário usar álcool 70, ou seja, aquele que possui em sua fórmula 70% de álcool e 30% de água. Esse é o único álcool capaz de eliminar micro-organismos nocivos à saúde.
Então basta passar álcool 70 em tudo e pronto? Não! Não é bem assim que as coisas funcionam!
O álcool para limpeza, para ter efeito, precisa ficar em contato com a superfície por, no mínimo, 30 segundos. Também é importante realizar fricção e movimentos para garantir que o álcool atinja o interior das células dos micro-organismos e os elimine (assim como você faz na hora que passa álcool nas mãos).
Seguindo essas recomendações, o álcool para limpeza funciona. Mas ainda é preciso avaliar outras questões (citadas abaixo) que impactam no uso do álcool e vão te fazer pensar se ele é realmente a melhor opção.
Risco de incêndio
Em primeiro lugar é preciso avaliar os riscos que o álcool pode trazer para sua casa e sua família.
Estudos apontam que uma chama a 26ºC já é suficiente para fazer o álcool entrar em combustão e causar um incêndio. No Brasil, a maior parte das ocorrências de queimaduras está relacionada ao uso indevido de álcool, seja para limpeza, seja para o acendimento de churrasqueira.
Só para você ter uma ideia, o Brasil é considerado um dos maiores consumidores de álcool para uso em ambiente doméstico e, também, um dos poucos que permite a venda livre e sem controle em farmácias e supermercados.
Onde usar?
Além do risco de incêndio, o álcool para limpeza ainda traz outro problema: ele danifica as superfícies.
Madeira, MDF, acrílico, borracha, plástico e metais variados são sensíveis ao álcool, degenerando-se com facilidade ao longo do tempo. Os principais danos causados a essas superfícies são o ressecamento, perda de brilho e de elasticidade.
Isso ainda sem contar que o álcool também danifica componentes eletrônicos. Por isso mesmo seu uso não é recomendado para limpeza de eletrodomésticos, nem de eletrônicos, como televisão, notebook, tablet ou celular.
Líquido ou em gel?
Desde 2002, existe uma discussão em torno do uso do álcool em gel que inclusive, acabou levando a proibição da venda de álcool liquido em farmácias e supermercados.
O álcool em gel é menos prejudicial à saúde e oferece menos riscos de queimaduras e incêndios. No entanto, muita gente acabou ficou na dúvida se a eficácia entre os dois produtos é a mesma.
Sim, a eficácia é a mesma, o que difere um do outro é a segurança. O álcool em gel demora mais para evaporar, o que o torna menos inflamável que a versão líquida. Outra diferença é a chama. O álcool líquido cria labaredas, enquanto o álcool em gel não levanta chamas altas.
A embalagem dos produtos também é outro ponto que merece destaque. A versão líquida é vendida em embalagens de boca larga e sem trava de segurança. Já o em gel possui bico dosador capaz de regular a quantidade de produto a ser usado e, consequentemente, diminuir os riscos de acidentes.
E se o álcool em gel possui a mesma eficácia do álcool líquido e é mais seguro, por que então a lei foi derrubada?
Por conta da ação movida pela Associação Brasileira dos Produtores e Envasadores de Álcool (Abraspea). A associação alegou que a proibição abriria espaço para o comércio ilegal de álcool e, com isso, os riscos aumentariam ainda mais. O argumento foi aceito e, com isso, o álcool líquido passou a ter espaço novamente nas prateleiras.
O que usar no lugar do álcool?
Depois de analisar todas as informações citadas acima, você deve estar se perguntando se existe um bom substituto para o álcool na limpeza? Sim, existe!
Na verdade, qualquer detergente é capaz de oferecer uma limpeza eficiente, uma vez que a fórmula desse produto destrói as células de vírus e bactérias.
Outra opção é apostar nos produtos multiuso com efeito bactericida. Eles possuem o mesmo poder de desinfecção e não trazem riscos à saúde ou a residência.
Como usar álcool para limpeza?
Mas se você ainda prefere apostar no uso do álcool, tudo bem também. Mas é importante tomar nota das orientações abaixo para garantir uma maior eficácia do produto e a segurança de toda família!
- Prefira as versões em gel para fazer a limpeza. Além de serem mais eficientes, uma vez que demoram mais para evaporar, o álcool em gel é mais seguro;
- Mantenha o álcool sempre em locais altos e longe de crianças e animais domésticos;
- Não exponha o álcool a altas temperaturas ou o deixe perto de locais quentes, como fogão, forno, churrasqueiras ou a luz do sol;
- Para obter o efeito desinfetante do álcool, faça movimentos de fricção sobre as superfícies por pelo menos 30 segundos;
- Não utilize álcool para limpeza de móveis de madeira ou MDF, eletrônicos e eletrodomésticos ou superfícies de acrílico e plástico. Para esses locais, o mais recomendado é o uso de detergente neutro ou multiusos. Para eletrodomésticos e eletrônicos, prefira o álcool isopropílico.
Anotou todas as dicas? Então, lembre-se: o álcool em gel 70 continua sendo a melhor opção para desinfetar as mãos. Já para a limpeza da casa, a dica é refletir sobre todos os prós e contras do produto antes de tomar uma decisão, ok?