Nada como o mundo moderno para nos apresentar novas formas de viver e ocupar espaços, não é mesmo?. E uma das novidades e tendências do momento é o coliving.
Já ouviu falar? Sabe o que é coliving?
Então vamos destrinchar o tema e aprender um pouco mais sobre esse novo estilo de vida e moradia.
Acompanhe o post com a gente.
O que é coliving?
O coliving é um tipo de moradia colaborativa. Trocando em miúdos: no coliving os indivíduos possuem dormitórios particulares, mas compartilham áreas sociais, como cozinha e sala de estar.
Além de compartilhar o mesmo espaço, o coliving também preza por três conceitos fundamentais e que podem ser considerados a base desse tipo de moradia. Anota aí: sustentabilidade, integração e colaboração.
O coliving é uma grande tendência no mundo moderno e urbano, mas apesar da popularidade recente, esse jeito de viver e de morar não é tão novo assim.
Os hippies dos anos 70 já vivenciavam algo parecido quando criaram o conceito de cohousings, mas com a diferença de que as pessoas possuíam suas próprias casas para viver e frequentavam as cohousings apenas para socializar.
A ideia de coliving tem feito sucesso há alguns anos em países como EUA, Canadá e partes da Europa. No Brasil, esse conceito desembarcou há pouco tempo, mas já possui adeptos.
E a expectativa é que esse mercado cresça cada dia mais, impulsionado, principalmente, pelo alto preço dos aluguéis, pela necessidade de socialização dos indivíduos e pela busca de uma melhor qualidade de vida.
Só para você ter uma ideia, o coliving movimentou mais de 3 bilhões de libras no Reino Unido no ano de 2018.
No Brasil, uma das maiores empresas que representam esse conceito, a Uliving, já afirmou que pretende investir mais de R$ 500 milhões nos próximos cinco anos para atender a demanda crescente por esse tipo de moradia.
Demanda essa formada especialmente por jovens universitários, trabalhadores autônomos e liberais, além de pessoas interessadas em um estilo de vida mais livre e descomplicado, como os nômades digitais.
Qual a diferença entre coliving e república?
Quando se fala em moradia compartilhada logo vem a mente a ideia de república universitária. É, de fato, isso faz todo sentido, já que por décadas esse modelo reinou absoluto.
Mas é importante diferenciar o conceito de coliving das repúblicas tradicionais. E a primeira grande diferença nesse sentido é o perfil das pessoas que habitam esses espaços.
Em um coliving, por exemplo, podem viver um universitário, um CEO de alguma empresa multinacional e um aposentado.
Já nas repúblicas, o perfil de moradores é basicamente sempre o mesmo: universitários.
Outra diferença é o modo como as coisas são gerenciadas nesses espaços. Nas repúblicas são os próprios universitários que determinam as regras, a convivência e compartilham os gastos mensais.
No coliving, ao contrário, quem gerencia o imóvel são as empresas administradoras do imóvel. São elas que estabelecem as melhores condutas e regras de convivência. E no que diz respeito as contas, no coliving o morador paga uma taxa única mensal à empresa que inclui, além do valor do aluguel, os gastos com água, luz, telefone, internet e gás.
Quer mais uma diferença? Pois então aí vai: quando um morador chega ao coliving, o espaço já está todo equipado e montado, incluindo mobília e eletrodomésticos e eletrônicos. Já nas repúblicas, isso não acontece. São os próprios moradores que precisam dar conta das necessidades e buscar sua própria mobília, geladeira e fogão.
O coliving também se diferencia pela estrutura oferecida aos moradores, muito mais completa que uma república. Nesses espaços, o morador conta com academia, área de convivência, salão de jogos, sala de estudos, coworking (espaço para trabalho), entre outros diferenciais que variam de acordo com a administradora do coliving.
Como funciona um coliving?
Para viver em um coliving, o morador interessado deve se dirigir a uma administradora e apresentar documentação pessoal, como CPF e RG, além de preencher uma ficha cadastral.
Em geral, as administradoras prometem um processo simples, rápido e nada burocrático.
Depois que você assinou o contrato e alugou o seu espaço, basta se mudar pra lá. Pode ser só com a roupa do corpo, uma vez que o quarto possui toda estrutura necessária para receber o futuro morador, como eletros e mobília.
Estando por lá você vai perceber que o coliving funciona de modo colaborativo e integrado, onde todos estão cientes das próprias responsabilidades e do uso compartilhado dos espaços.
A única área privativa do morador é o próprio quarto, o restante é compartilhado, incluindo cozinha, sala de estar, lavanderia e áreas sociais.
Quais as vantagens e desvantagens do coliving?
Vantagens
Acessibilidade
Uma das grandes vantagens e principais características do coliving é a facilidade de acesso para tudo o que você possa imaginar: shoppings, metrô, universidade, centros comerciais e empresariais, bares, restaurantes, espaços de lazer e por aí vai.
Isso porque um dos conceitos que move a ideia de coliving é a melhora na qualidade de vida. Quando você pode ir e vir facilmente para todos os lugares que precisa diariamente (faculdade, trabalho, academia) automaticamente você ganha tempo, elimina estresse e colabora com um mundo mais sustentável, já que não vai depender de um carro para tudo.
Por essa razão que os colivings ficam sempre muito bem localizados, em áreas de fácil acesso e perto de tudo o que acontece.
Redução de custos
Morar em um coliving significa também reduzir custos, principalmente porque é possível compartilhar o espaço com um, dois ou até três amigos, dependendo do tamanho da área privativa.
Além disso, a mensalidade do coliving já inclui todas as despesas como luz, água e internet, facilitando sua vida, reduzindo gastos e acabando com o fator surpresa no final do mês, uma vez que o valor pago mensalmente é fixo.
Socialização
Um dos pontos altos do estilo de vida em um coliving é a socialização. Em um espaço desses é possível conviver com todo tipo de pessoa, aprender sobre diferentes culturas, além de ganhar amigos para o resto da vida.
Inclusive, tem crescido muito a procura de coliving para idosos, uma vez que as pessoas na terceira idade acabam se sentindo muito sozinhas. Nesse caso, o coliving é ideal para promover a socialização e integração.
Já existem atualmente modelos de coliving voltados exclusivamente ao público da terceira idade.
Design moderno
E se para você, beleza e estética também são importantes, não se preocupe, o coliving não deixa nada a decepcionar nesse aspecto.
Com visual moderno, arrojado e extremamente funcional, o coliving conquista o coração de quem olha.
Sustentabilidade
Outra grande marca registrada do conceito coliving é a sustentabilidade. Primeiro porque, como já mencionamos, ao viver em um coliving você está perto de tudo e reduz a necessidade de deslocamentos, contribuindo com a redução do transito e a poluição, por exemplo.
Isso sem falar no compartilhamento de móveis, objetos e eletrônicos, tornando desnecessário o acúmulo de itens pessoais.
Os espaços compartilhados ainda ajudam a reduzir os gastos com energia elétrica.
Burocracia zero
Comparando com a burocracia que é alugar um apartamento ou uma casa pelo modo tradicional, o coliving é praticamente “burocracia zero”.
Você precisa apresentar poucos documentos e assinar uma ficha cadastral. Só isso. Não precisa de fiador, cheque calção, nem adiantamento.
Tempo livre
Morando em um espaço reduzido e compartilhado você ganha tempo para viver as coisas que realmente importam e fazem sentido na sua vida. Muito bom, né?
Desvantagens
Contudo, o coliving pode não ser interessante para pessoas que tem dificuldade de se relacionar e viver coletivamente. Já que um ambiente compartilhado, por mais organizado e pacífico que seja, pode ser motivo de desconforto para quem é mais introvertido.
Outro tipo de perfil que não se encaixa em um coliving é o de pessoas não muito adeptas ao cumprimento de regras e organização, já que um dos pilares do coliving é a cooperação e colaboração.
Quanto custa viver em um coliving?
Agora vem aquela perguntinha que não quer calar: afinal, quanto custa viver em um coliving?
A resposta não poderia ser mais variável, já que tudo vai depender do local e do tipo de coliving que você deseja viver.
Mas, em média, os valores para viver em um coliving começam na casa dos R$ 2 mil a R$ 2200 para uma moradia de três quartos. Isso significa que o valor é dividido por três, onde cada morador paga o equivalente a R$ 733.
Coliving no mundo
Os EUA concentram alguns dos colivings mais modernos e populares do mundo, como é o caso do WeLive, localizado no coração de Nova York.
Mas em países como Canadá, Reino Unido e Dinamarca essa é uma tendência que cresce a cada ano.
Inclusive, grande parte do público que optar por viver em um coliving é formado por adultos com carreiras estabelecidas e que desejam um local para morar com mais segurança, tranquilidade e baixo custo.
Coliving no Brasil
A cidade de São Paulo é a que abriga o maior número de colivings atualmente no Brasil. Geralmente em forma de apartamento, os colivings paulistas atraem um público na faixa entre os 20 e 30 anos de idade.
Já nas capitais Rio de Janeiro, Fortaleza, Porto Alegre e Florianópolis, os primeiros modelos de coliving tem surgido apenas recentemente.
E aí, gostou da ideia de viver em um coliving?