Entender a diferença entre lixo orgânico e inorgânico é o primeiro passo para uma vida com mais consciência ambiental.
Estima-se que o Brasil reaproveite apenas 1% do lixo orgânico, enquanto o lixo inorgânico possui uma taxa de reciclagem que beira os míseros 3%. Ou seja, ainda há um longo caminho para percorrer e grande parte dele depende muito mais dos cidadãos comuns do que de ações governamentais.
Por isso, o post de hoje é um convite para você dar mais esse passo rumo a um planeta mais sustentável.
Porque é tão importante separar o lixo orgânico e o inorgânico?
É super importante que você faça a separação correta do lixo orgânico e do inorgânico por dois motivos principais: facilitar o processo de triagem realizado pelos catadores e evitar a contaminação ou inutilização de materiais que poderiam ir para a reciclagem.
Um típico caso desses é o papel. A grande maioria dos papéis pode ser reciclado, mas caso eles se sujem de gordura, por exemplo, já perdem a possibilidade da reciclagem.
Por que você precisa cuidar do seu lixo?
Se você parar para observar a quantidade de lixo que produz todos os dias, muito provavelmente ficaria impressionado.
Embalagens de todos os tipos, cascas de frutas e legumes, componentes eletrônicos, etiquetas, saquinhos e mais saquinhos. Tudo isso e muito mais deve estar neste momento dentro da sua lixeira.
E qual o problema disso? O problema disso é que o seu lixo se junta com o lixo do seu vizinho que se junta com o lixo do outro vizinho, do outro, do outro e do outro. Juntos, todo esse lixo se encontra com o lixo produzido por toda sua cidade somado a todo lixo produzido no país e, claro, no resto do mundo inteiro.
“Ah, mas o lixo vai para o aterro!”.
Se você pensou isso e acha que aterro sanitário é a solução para o problema do lixo produzido no mundo, volte e repense.
Primeiro porque aterro sanitário não é a destinação mais ecologicamente correta para o lixo, uma vez que o acúmulo de resíduos provoca poluição por conta da emissão de gases tóxicos, além da contaminação do solo e dos recursos hídricos.
Outro grande problema do lixo é que nem sempre ele vai para o aterro e isso significa que ele acaba indo parar nos rios, mares e, por fim, no oceano. Além de ser um grande causador de enchentes e alagamentos nas grandes cidades, o lixo que vai para o mar se torna um assassino da vida marinha.
Só para você ter uma ideia, até 2050 existirá mais plástico do que peixes nos oceanos da Terra, conforme um estudo divulgado pelo Fórum Econômico Mundial de Davos.
Outro dado chocante sobre o problema do lixo, em especial o plástico, é a formação de uma ilha de lixo flutuante em meio ao Oceano Pacífico.
Os cientistas da organização Ocean Cleanup Foundation revelaram que a quantidade de lixo é tão grande que ocupa um espaço proporcional a duas vezes o tamanho do território da França. São nada mais, nada menos do que 80 mil toneladas de lixo boiando no oceano!
E o problema do lixo não acaba por aqui. De acordo com dados da ONU, os sete bilhões de seres humanos que vivem sobre o planeta Terra produzem, todos os anos, cerca de 2 bilhões de toneladas de lixo.
A parte mais impactante dessa história é que 99% de tudo o que compramos são descartados em menos de seis meses. Para acomodar todo esse lixo muito em breve vamos precisar de outro planeta ou, no mínimo, 70% de outro planeta Terra para suportar o estilo de vida que temos atualmente.
Isso quer dizer que o problema não está apenas no fato de que não conseguimos gerenciar todo o lixo produzido, mas, principalmente, que estamos consumindo muito mais do que o planeta consegue suportar.
È mais do que fundamental compreender também que os recursos utilizados para produção de todos os bens de consumo, incluindo a água, são finitos e vão acabar se a humanidade não despertar para a urgência do assunto.
Portanto, mais do que aprender a reciclar e separar o lixo orgânico do inorgânico, você precisa assumir a responsabilidade e a consciência ambiental das suas escolhas e do seu padrão de consumo.
O que é lixo orgânico?
O lixo orgânico são todos os resíduos naturais produzidos na sua casa, ou seja, aqueles de origem biológica. Esse tipo de lixo se caracteriza pelo aspecto úmido. Veja uma pequena lista do que pode ser considerado lixo orgânico:
- Cascas de frutas e legumes;
- Cascas de ovos;
- Pó de café;
- Restos de comida (carne, ossos, todo tipo de comida cozida e temperada);
- Dejetos humanos e de animais
E o que fazer com o lixo orgânico? Você tem duas opções: a primeira é separar o lixo orgânico que pode ser compostado, ou seja, que tem condições de virar adubo. Mas para isso você precisa ter uma composteira, o que é bem simples de fazer, não se preocupe.
Você pode compostar todo tipo de cascas de frutas, legumes, folhas e hortaliças. Também é possível colocar cascas de ovos, pó de café e saquinhos de chá.
Só não pode ser compostado restos de comida, como carne, ossos e alimentos cozidos e temperados. Dejetos humanos e de animais, como fezes, urina, cabelo e unhas também não podem ser compostados.
O que é lixo inorgânico?
O lixo inorgânico é todo resíduo que não tem origem biológica, ou seja, plástico, vidro, papel, alumínio, ferro, componentes eletrônicos, entre outros. Esse tipo de lixo também se caracteriza pelo aspecto seco.
Esses resíduos podem ou não ser reciclados, dependendo do tipo de material. Caso eles possam ser reciclados, você deve enviá-los para a coleta seletiva ou até uma cooperativa de catadores.
Mas se o resíduo não for reciclável, o destino dele é o lixo comum.
Confira a seguir uma lista com os materiais que podem ser reciclados.
- Garrafas pet de todo tipo;
- Latas de alumínio;
- Garrafas e potes de vidro;
- Papelão;
- Papel de todos os tipos;
- Embalagens do tipo Longa Vida;
- Latas de metal (milho, ervilha, massa de tomate)
O plástico também pode ser reciclado, mas nem todo tipo. Para saber o plástico que pode ser reciclado a dica é amassar a embalagem. Se a embalagem fizer barulho, como aquelas de salgadinho ou bolacha recheada, significa que infelizmente ele não é reciclável.
Já aqueles plásticos “macios” e que não são barulhentos, como os sacos de arroz e feijão, por exemplo, podem ser enviados para reciclagem.
O plástico é um dos maiores problemas hoje em dia quando o assunto é lixo. Isso porque a maioria do plástico consumido não pode ser reciclado, como é o caso dos descartáveis (copos, pratos, talheres, canudos, embalagens).
O que enviar para o lixo comum?
Tudo aquilo que não puder ser compostado ou reciclado, infelizmente terá o aterro sanitário como destino.
E o caso, por exemplo, de fraldas e absorventes descartáveis, cacos de vidro, cerâmica e porcelana, fotografias, fitas adesivas, adesivos, descartáveis em geral, papel higiênico, entre outros resíduos.
No entanto, existem alguns materiais que não podem ser reciclados, mas podem ser encaminhados para uma destinação mais ecológica e sustentável, como acontece com os medicamentos, lâmpadas, pilhas, baterias e componentes eletrônicos.
Procure o posto de coleta mais próximo da sua casa e evite o descarte inadequado desses materiais.
Pronto para cuidar melhor do seu lixo agora?